sexta-feira, março 04, 2016

Perspectivas de chuva para março, abril e maio são de chuvas abaixo da média histórica

O Informe Climático recém divulgado pela APAC (Agência Pernambucana de Águas e Clima), confirma a boa notícia que tivemos com as chuvas ocorridas neste início de ano e apresenta uma nova preocupação em relação ao próximo trimestre. Conforme dito pela APAC as chuvas no Sertão do Estado no mês de janeiro ficaram em torno de 154,7% acima da média histórica, que é de 184,0mm. Esta preciptação acima da média ocorreu também no Agreste (+127%) e na Zona da Mata (+95,7%).

O que nos preocupa é que havia uma perspectiva de recuo do El Ñino e isto não aconteceu e não está acontecendo, pois os modelos continuam prevendo sua permanência para os próximos meses. O El Ñino é um fenômeno ocasionado pelo aquecimento, acima do normal, da superfície do Oceano Pacífico e que interfere na circulação das massas de ar nos trópicos e permite maior quantidade de radiação solar e consequentemente o aumento das temperaturas do ar e diminuição da quantidade de chuvas na região Nordeste, em especial no Estado de Pernambuco (APAC, 2016). Segundo boletim da agência, a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no período de 24 de Janeiro a 20 de Fevereiro apresentou anomalias positivas de 3ºC, permanecendo com intensidade forte desde novembro/15.

Diante deste cenário, a previsão da APAC é que para o trimestre março-abril-maio teremos chuvas abaixo da média histórica. Isto significa que vai haver chuva, porém abaixo do que se espera em anos normais. A agência informa ainda que pode ocorrer grande variabilidade espacial e temporal das chuvas, ou seja, chove aqui e acolá não, e pode chover em uma semana o previsto para o mês todo. Como sabemos esta instabilidade das chuvas vem ocorrendo desde 2011 e tem provocado inúmeros prejuízos, especialmente às famílias agricultoras e pecuaristas da região.

De toda forma é importante estarmos atentos ao comportamento climático neste período, torcer para que o fenômeno El Ñino possa recuar e que as chuvas ocorram normalmente. Porém cabe às autoridades públicas, gestores municipais e estaduais, considerarem estas dados da APAC como fundamentais para o planejamento de ações preventivas quanto ao incentivo do consumo consciente e racional da água (principalmente das cisternas), incentivo à produção de forrangens para formar estoques para o período de estiagem e conscientizar os pecuarista no sentido manter os rebanhos dentro da capacidade de suporte da pastagem e forragem estocada. É neste cenário de seca que precisamos nos apropriar cada vez mais de estratégias de convivência com o semiárido, de forma a mantermos a capacidade produtiva.

Reginaldo Alves 
Engenheiro Agrônimo, Assessor de Meio Ambiente da Fetape

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